Depois de uma grandessíssima molha a sair de Salta parámos em Purmamarca para almoçar. Aqui preparámos as folhas de coca com bicarbonato para atenuar os efeitos das altitudes que íamos apanhar pela frente. A passagem para o Chile foi feita pelo lindíssimo Paso de Jama, a 4.800 mts de altitude. Durante este dia rolámos a mais de 4.400 mts durante vária horas. Às 21h30, com noite cerrada, saímos do posto fronteiriço na Argentina e ainda tínhamos 160 km pela frente até ao posto fronteiriço do Chile, já à entrada de San Pedro de Atacama.
Na fronteira da Argentina venderam-nos a ideia de que esses 160 km de noite iam ser com neve, gelo negro (um gelo no asfato que não se vê, frequente na zona), ventos de 70 graus negativos que gelam os motores dos camiões e pessoas que morrem nessa estrada dentro dos carros quando param à noite. Reflectimos sobre o que ouvimos, cruzámos umas impressões com um experiente viajante de KTM que estava conosco e conhecia a zona e chegámos à conclusão que boa parte da descrição era puro exagero, provavelmente para nos venderem quartos na fronteira. Avancámos. Fizemos esses 160 km com bastante precaução, muito devagar, mas, como previsto, nem neve, nem gelo negro, nem ventos, nem nada. Chegámos a San Pedro incólumes. Cansados, mas impecáveis. E também ilegais, já que o posto fronteiriço já tinha fechado. No dia seguinte demos uma volta por fora da vila e voltámos a entrar na fronteira, como se tivéssemos acabado de chegar. Tudo em ordem. Nesse dia ficámos por San Pedro, a conhecer os arredores.
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